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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Ir ao cinema sozinha é coisa de futura cat lady?


Ir ao cinema sempre foi algo que associei a uma actividade de grupo. Até vir para Madrid, ir ao cinema sozinha era como entrar num restaurante de 5 estrelas e pedir um menu completo enquanto me sento ali a olhar para o ar (provavelmente ainda é um dos "medos" que terei de perder): não fazia sentido e pensava que me ia sentir sozinha e estúpida. 

A coisa mudou obrigatoriamente quando cheguei aqui, recebi entradas para os filmes e não tinha ninguém com quem ir (coisa que já mudou, felizmente). Por muito estranha que a ideia fosse para mim, se há coisas que não gosto são despedícios e perder oportunidades. Foi nesse espírito que entrei pela primeira vez numa sala de cinema sozinha. 


Bastou um filme para a minha visão mudar totalmente. Afinal, porque é que o cinema tem de ser algo que fazemos acompanhados? Não falamos durante o filme, não gostamos quando as outras pessoas falam e podem ter a certeza que partilhar pipocas não está nas minhas coisas favoritas. Por isso, porquê a "pressão" de ir em pares, em grupo ou com o irmão mais novo porque já ninguém quer ver filmes de animação no cinema aos 20 anos? (flashbacks de tardes frustradas)

Houve muito que mudou desde que comecei a minha vida longe de amigos e família mas acho que tornar a ida ao cinema uma actividade pessoal está entre as melhores mudanças. Além de finalmente começarmos a sentir-nos confortáveis na nossa própria companhia, é um excelente momento onde estamos longe de tudo e de todos, sem pressão de ver o telemóvel e onde podemos desligar totalmente. Sinceramente, a sensação de satisfação que sinto após uma sessão de cinema sozinha é bastante semelhante à que sentia depois de uma sessão no ginásio: relaxada e com um sentido de accomplishment (tiram-se os benefícios físicos, acrescentam-se os culturais).

Ainda que não seja algo para todos, pelas mais variadas razões, e o que eu compreendo, acho que é uma experiência que todos devemos passar pelo menos uma vez. Nem que seja para avaliar até que ponto somos ou não tão independentes quanto pensamos. 

Já foram ao cinema sozinhas? Acham que era algo que fariam sem problemas? 

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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

"Já não tens coisas rosa suficientes?"


"Não.", é sempre a minha resposta. Há anos, ANOS, que levo com esta pergunta. "Outro batom rosa?"; "Já não tinhas uma camisa rosa?"; "Não te cansas?" e, a que mais me enfurece, "Já não és demasiado velha para isso?". E eu pergunto-me: Porque é que vêem defecar na minha felicidade?

Por alguma razão associar a nossa felicidade à estética ainda é visto como algo fútil. Se nos queremos rodear de coisas bonitas, ir às compras e ficamos genuinamente felizes com coisas com uma estética que nos agrada somos logo umas tontas (sim, no feminino. Porque apesar de os rapazes cada vez mais se preocuparem com a estética, só a mulher é que é tontinha por mostrar a sua felicidade em associar-se a coisas bonitas). 

Vamos pôr as coisas destes modos: eu não compro o livro pela capa. Avalio a história, o contexto, reviews, autor, questão socio-cultural em que foi escrito, etc. Agora se vou procurar a edição com a capa mais bonita? Podem ter a certeza que sim. Isso vai mudar alguma coisa? Não, o conteúdo é o mesmo.

A mesma premissa aplica-se à pessoa que se maquilha todos os dias, que passa horas na Zara Home a pensar em como pôr a casa mais bonita ou àquela que escolhe o modelo de telemóvel porque existe uma versão rosa (olá!). Isso torna-a uni-dimensional, infantil ou fútil? Nada disso. Para mim até pelo contrário, saber o que se quer é muito bonito.

Eu tenho 24 anos, levanto-me 1h mais cedo para me maquilhar, gosto da Hello Kitty, ir às compras e sim, gostava de escrever para a Vogue. Mas também sou a pessoa obcecada com clássicos, principalmente os que relatam a decadência da psicologia humana quando confrontada pela ganância, educo-me em temas que desconheço (como o caso dos refugiados - tive uma colega que fez voluntariado num campo grego e instrui-me imenso junto dela). 
Nos fins-de-semana posso ver um filme da Disney ou passar um dia no site da BBC a ler artigos de toda uma variedade temática (sabiam que está a ser crowdfunded uma forma de criar carne animal em laboratório através das células animais para manter a sustentabilidade e acabar com a crueldade animal sem ter de obrigar o mundo inteiro a tornar-se vegan? Chama-se SuperMeat.).

E agora, onde é que o excesso de cor-de-rosa me define no meio disto?


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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Rabo de saia

Exceptuando na praia, já não punha as pernas de fora há quase 10 anos. Nada de saias. Nem mini, medi ou maxi. Calções então, nem perto deles chegava.
Isto porque toda a minha vida sofri de flutuações de peso e, grande parte das vezes, estava acima do meu peso idealizado. A minha zona mais problemática sempre foram as pernas (olá amigas em forma de pêra!), portanto abracei as calças pretas quase como uma segunda pele. 

Depois de um ano de trabalho lá consegui perder algum peso e começar a sentir-me melhor comigo mesma. Para celebrar, este ano fui aos saldos e comprei uma saia. 


Além do choque do quão brancas as minhas pernas são em comparação com o resto do corpo, o que mais me surpreendeu foi a diferença no número de homens rebarbados por que comecei a passar diariamente. Como mulher, independente do peso que tenho ou das roupas uso, há sempre um ou outro engraçadinho que gosta de mandar piropos ou simplesmente deixar uma mulher desconfortável, mas nada se compara ao que se tem de passar quando se mostra um pedaço de perna. 

Levei a saia à rua duas vezes e já levei com:
  • assobios (algo que não ouvia à anos, literalmente)
  • beijinhos-chama-cão
  • "elah" de velhos
  • um carro a andar lentamente ao meu lado com o condutor a olhar fixamente 
  • o engraçadinho na esplanada que tira os óculos para tornar super óbvio que está a olhar

Nem quero imaginar pelo que passam as meninas que usam calções com as bordas de fora. 
Tudo isto para dizer que, para alguém que há muito que escondia os seus membros inferiores, foi uma surpresa ver o quão diferente é a dimensão do assédio por que se passa. Cada vez que passava por uma das situações mencionadas só pensava nas minhas fieis e recatadas calças penduradas no armário. Bastaram duas experiências para me fazer não querer sair mais com a bela da saia à rua. 

Acho ridículo que tenha de abdicar que coisas simples como uma saia ou um vestido para me poder sentir segura. Ainda há dois anos, quando iniciei o mestrado, a minha avó disse-me para não me maquilhar para não chamar tanto a atenção, visto que o meu horário iria ser pós-laboral. Na altura ri-me, mas hoje, depois de tirar a minha saia ao final do dia, pensei que realmente é melhor deixar batons vermelhos para looks de calças, não vá o diabo tecê-las. É triste não é?

Já passaram por muitas situações de assédio? Como cooperam para se sentirem seguras nestas situações? 

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