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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Sobre os 3 Meses a Procurar Emprego Pós Disney

Vogue Magazines, It by Alexa Chung and Flat Out Fabulous by MAC
Foto do meu instagram (martaxrodrigues)

Por acaso já reparei que uma das temáticas que traz maior interacção por aqui é toda a questão do emprego. Se for analisar de forma racional, é compreensível. A faixa etária que mais visita o blog é exactamente a minha e se há coisa que define os loucos 20s são as incertezas profissionais.
Quando decidi deixar o meu trabalho para ir para um estágio profissional apresentei-vos aqui a minha linha de raciocínio dessa decisão. Dado que andei quase 3 meses em entrevistas e a negociar propostas, pensei em falar-vos dos trabalhos/empregos/ofertas que me foram apresentadas e o porquê de não as ter aceite. 

1. O estúdio fascista.

À medida que lerem esta história vai ser bem claro o porquê de não ter aceite. Vejamos, a Marta chega fresca de uma grande empresa no mundo do cinema e vê um anúncio para fazer produção (o que fazia na Disney) para um estúdio nacional. "Perfeito! Era mesmo isto!". Candidatura feita, a chamada vem uns dias depois. 
Assim que sento a bunda na cadeira vem o "ah, nós esquecemo-nos de dizer que a primeira fase deste projecto não é remunerado." OI?! Esqueceram-se de... quê?! Acho que a minha cara disse tudo (raios, expressividade de Hollywood sem a carreira milionária!) porque de seguida veio logo o "ah, pois já tem um excelente cv, deve estar a pensar porque deve trabalhar connosco nestas condições..." Não. Estou a pensar se é aceitável sair porta fora e mandar um email a dizer "ah, esqueci-me de me despedir...". Enfim. 
Ora a proposta deste senhor era eu trabalhar de forma gratuita a fazer contactos e clientes com eles. Queriam que eu vendesse o estúdio para, quando os clientes decidissem trabalhar com eles, eu ganhar uma comissão. "Então... mas qualquer pessoa pode fazer isso", pensam vocês. Claro que sim! Mas adivinham quem tem a Disney no cv? Pois. Adivinham quem era a empresa que eles queriam como cliente? Nada mais. "Ah, deve saber como chegar às pessoas certas..." Querido, se soubesse como chegar às pessoas certas não estava aqui. 
Ora, eu recusei, claro (então mandaram-me um pedido de amizade no Facebook - provavelmente para ver os meus contactos - mas eu não nasci ontem). Ofereceram-me 50€ por mês mais o valor do passe. Eu voltei a dizer não. Então mandaram-me uma sms a dizer que me davam 100€ mais o passe e depois falávamos melhor. Oiçam, não é não. 
Assim foi a minha primeira proposta. Encorajador, não?

2. O call center.

O trabalho a que poucos millenials conseguem fugir. Não sou ser hipócrita e dizer que não temi o estigma, claro que sim. Mas não foi por isso que recusei.
Fui chamada para fazer costumer service para o mercado espanhol com a Michael Kors. Como já estão a imaginar, os valores são apelativos (e os mais altos que me propuseram) e o nome da empresa também. Isso foi o que pus na balança positiva.
Do outro lado estavam os horários e folgas rotativas, uma semana de formação que, caso não passasse, não seria remunerada e, bem... o facto de atender pessoas. Costumer service é um trabalho que associo a pessoas pacientes e eu não sou uma delas. 
Apesar de haver mais desvantagens que vantagens, eu estava inclinada em aceitar. O dinheiro era bastante apelativo e ao final de um ano sempre me podia ir embora (o contrato era de 12 meses).
Porque não aceitei? Porque a Diana, do Daily Pursuits, me disse, assim que regressei a Portugal, para me manter focada naquilo que eu queria. Para me manter motivada em procurar algo que gostava e lutar ao máximo por isso. Quando uma conversa, que tiveste casualmente meses atrás no instagram,  não te sai da cabeça, o nosso subconsciente está a dizer-nos exactamente o que queremos fazer. Além disso, fazia 2 meses que estava à procura de trabalho, o desespero ainda não tinha caído. 

3. A Nestlé. 

Quase acabei aqui. O recrutamento para esta oferta e o do local onde estou actualmente foi feito na mesma altura. O que me fez recusar uma oferta de uma gigante que ia ficar tão linda no cv? Bem, a função. 
A oferta da Nestlé era para backoffice, na área de compliance. Ia estar a fazer encomendas de manhã e gerir as expectativas dos "ordenantes" de tarde. Eram 6 meses disto. Sem estímulos, sem possibilidade de fazer mais nada. Até durante a entrevista o sr. me disse que isto não ia acrescentar nada ao meu cv e que, com a minha idade, devia ponderar bem as minhas escolhas. Devo ter sido muito persuasiva na minha explicação, porque quiseram ficar comigo e quando recusei (porque já tinha aceite a proposta de onde estou) perguntaram-me se queria mais dinheiro. Não, por favor não me provoquem uma úlcera nervosa!
Na balança também estava a questão da remuneração, a incerteza da renovação (disseram-me 6 meses sem perspectivas), o facto de estar como outsourcing e o local de trabalho ser longe como o raio para quem vem da margem sul. De todas estas, e em modo de manter-me realista, a última era a pior. 
Apesar de todas as desvantagens, eu teria aceite esta proposta. O salário bruto era superior, era uma boa empresa e eu gosto de novos desafios, ainda que não estejam dentro da minha área de estudos. Só não o fiz porque tive uma proposta que me parecia melhor do...

4. O local onde estou.

Não vou dizer onde estou porque é uma casa conservadora. Vou apenas dizer que é uma público-privada de grande importância nacional no mundos moneys. E o que estou a fazer aqui? Comunicação.
Para quem não sabe, eu não sou inteiramente de Comunicação Social. Tenho um minor em Ciências da Comunicação, fiz créditos em cadeiras de jornalismo durante o mestrado e fiz um curso na minha universidade em jornalismo cultural mas o meu suprasumo curricular é letras. Ora, quando tenho oportunidade de me solidificar numa área que me interessa de forma prática, é óbvio que vou aceitar.
Fora dinheiro (que, digam o que disserem, é importante), gosto de sentir que estou a crescer profissionalmente. Gosto de saber que tenho algo para dar à empresa e que a empresa tem algo para me dar a mim. A oferta que me apresentaram permite-me isso. Vou aprender mais sobre organização de eventos, edição de sites e conteúdos digitais da APP enquanto que posso oferecer os meus conhecimentos de línguas, escrita e uma visão mais "fresca" para os conteúdos digitais. Ainda que não seja uma área de sonho, posso criar. Posso escrever notícias, destaques, editar, ter contacto com a comunicação social.
Basicamente estou a recolher experiências valiosas para, futuramente, melhorar as minhas probabilidades de fazer o que realmente gosto, numa área que me interessa genuinamente.
A parte negativa é estar como outsourcing, num contrato a termo incerto (que não é efectivo, basicamente podem mandar-me embora quando já não for necessária) e com um salário base um pouco triste. Por outro lado, oferecem-me bónus que são super úteis para uma gestão do dia-a-dia mas que, em termos de subsidio de desemprego ou reformas, não me dão nada.

Quem me lê sabe que tenho uma visão muito positiva (e aparentemente calculada) da escolhas que faço. Não me arrependo nada. Uma coisa que (semi-)cumprir os meus sonhos profissionais - a revista feminina e a Disney - me trouxe foi algo que não tinha antes: ambição e objectivos (vá, e o inerente medo de nunca me sentir realizada yay!). Neste momento tenho uma visão clara da empresa onde quero integrar e, apesar de correr o risco de nunca acontecer, é nisso que penso quando faço as minhas escolhas profissionais.
Eu tenho 25 anos, não tenho responsabilidades com filhos e casas, se não arriscar agora, daqui para a frente só será mais difícil.

Costumam ser selectivos quando estão à procura de trabalho? Como foi a vossa job hunt

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20 comentários:

  1. Nos tempo que correm muitas vezes não é possível ser seletivo...tem que se agarrar o que há!

    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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    1. No entanto se não tentarmos, corremos o risco de sermos miseráveis a vida inteira. É tudo uma questão de perspectiva, eu prefiro saber que arrisquei que ter uma crise depressiva aos 50 anos porque sinto que não fiz nada pela minha vida.
      São casos muito particulares mas o Mark Zuckerberg, o Steve Jobs e o Bill Gates não conquistaram impérios com pensamentos de "agarrar o que há".
      Mas lá está, não é uma perspectiva que todos partilhamos e não há mal nenhum nisso.

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  2. Babe, apaixonei-me por este post. Adorei ler sobre a tua experiência e fiquei aqui cheia de inveja da boa da tua posição e inclusive, oportunidades. Salvo a primeira, que valha-nos Deus! Desejo-te tudo de bom do fundo do meu coração e que o teu regime de contrato mude, por ter a certeza que mereces.

    Não pode deixar de ser engraçado não conheceres a pessoa de lado nenhum e desejar-lhe tão bem quanto desejas aos teus amigos de coração. Mas é isso Marta. Toda a sorte do mundo <3

    THE PINK ELEPHANT SHOE

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    1. A mal ou a bem todas estas propostas (e outras que por falta de interesse do empregador ou minhas não se tornaram relevantes) são resultado do meu "manda-te" para Espanha. Fiquei genuinamente surpreendida da quantidade de empregadores que se interessou em mim devido ao espanhol e por ter vivido fora (o tal perfil internacional apesar de ter, literalmente, só passado a fronteira ahah).
      Muito obrigada minha querida, a sério! A ver se me visitas a mim e à Raquel quando cá voltares! <3

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  3. Percebo perfeitamente a tua maneira de pensar. Se não for agora, quando é que arriscamos?

    Depois de acabar o meu curso estive dois meses a trabalhar na minha área, de facto, mas não era o que queria. Estou actualmente quase a começar uma pós-graduação em enfermagem de urgência (o meu sonho!) porque, depois de 3 meses no desemprego decidi que, se quero chegar aos meus sonhos, tenho que lutar por eles AGORA.

    Obrigada pelo teu testemunho :)

    3200 Degrees - Lifestyle Blogue ❤

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    1. É exactamente isso! Espero que tenhas imenso sucesso e te sintas realizada quando completares o curso! Boa sorte com tudo!

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  4. Quando bati os olhos na parte da Nestlé sorri, que é a empresa que me paga o ordenado mas compreendo perfeitamente a tua atitude e eu adorava estar na tua posição, trabalhar em comunicação, que foi também a área que me licenciei! Boa sorte! *

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  5. Great read and your thoughts are well articulated here.Its always a good thing to take chances and push yourself harder and see greater achievement you are capable of accomplishing.This is always not the case though in many instances especially coming from my country where sometimes you have to grab what is available in order to progress.Great thoughts and keep the inspiration.

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    1. Thank you so much! Our professional context here in Portugal isn't that much different (the first comment on this post shows exactly that). I don't know if it was because I was abroad a year or it's just who I am but I really want to have a successful professional career. My goal is to either get financially well off or work on a project I'm proud of (if I can get both even better) and sometimes you have to take risks to get there.
      I know I'm extremely lucky with everything that has come my way but if I hadn't fought for it, I'd still be on my first job unhappy and unaccomplished.
      I sincerely hope you have the change to do the same and feel accomplished with your work life!

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  6. Ai que odisseia que isso foi. Eu a falar da minha experiência no mundo do desemprego nunca mais saía daqui haha. Neste momento procuro um trabalho de backoffice, nem me importo que seja boring porque a minha ideia é conciliar com um mba e depois disso partir para outro projecto mais aliciante. Que isto só com a licenciatura em comunicação social não vou a lado nenhum.

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    1. Boa sorte com tudo! Entendo perfeitamente, é uma área super competitiva onde só os "amigos" entram. Acho que fazes muito bem em continuar a estudar, neste momento quero mesmo focar-me em experiências profissionais mas adorava fazer outro mestrado!

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  7. boa sorte com tudo! o teu percurso até está a ser bastante bom. força!
    TheNotSoGirlyGirl // Instagram // Facebook

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  8. Acho que fazes muito bem em arriscar!

    Beijinhos,
    Inês
    http://www.indiglitz.pt

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  9. Compreendo tao bem este teu post!
    No meu caso, tive mesmo que sair de Portugal..emigrei para a Irlanda ha um ano e ja estou a trabalhar num cargo de topo em Pedagogia Social, a minha area.
    Beijinhos e muita sorte :D

    https://thathappymess.com/

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  10. Gostei muito de ler as tuas experiências e adoro o facto de não te contentares com aquilo que consideras ser pouco para ti.
    Beijinhos:)
    https://dailyvlife.blogspot.pt/

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  11. Eu tenho 27 e cheira me que daqui manda vou andar de novo atrás mas pelo menos cuido da.minha sanidade mental e carteira pq Maomé por estar na minha área que esteja bem e as vezes mais vale não estar na área nas estar bem psicologicamente e talvez a receber o mesmo ou mais num trabalho mais fácil.. .porque ser educador de infância não é fácil como a maioria pensa.Estou mesmo naquela fase de rutura e incerteza.
    Kiss
    www.inspirationswithm.blogspot.pt

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  12. Eu fui selectiva e acabei por ter sorte também. Agora não sei se seria tanto porque há riscos (apesar de não ter sentido na pele com a minha experiencia)
    Beijinhos
    elisaumarapariganormal.blogspot.pt

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  13. bem... 3 meses nao é nada, ja por duas vezes na minha vida que tive 7-8 meses sem ter trabalho e so me apetecia arrancar cabelos ahahah é mesmo desesperante, tendo em conta que em muitas vezes, quase que saia de um e ja estava noutro facilmente.
    outra coisa que posso afirmar é que ha muitas mais oportunidades no norte, do que aqui na margem sul na minha experiencia.
    a primeira proposta omg, nem sei como nao saiste logo dali.
    ja tive bastantes más experiencias, uma delas foi na entrevista da zara por acaso. yuck.

    https://rrriotdontdiet.blogspot.pt/

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  14. O que tu assinaste foi um contrato a termo incerto. Isso sim significa que a qualquer momento podem convidar-te a sair. Um contrato sem termo, como a palavra indica, é um contrato sem fim, efetivo.
    Espero que estejas feliz e que continues na tua luta, és um óptimo exemplo :)

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    Respostas
    1. Era isso mesmo! Eu fiz a explicação correcta mas usei o termo errado ahaha já corrigi, obrigada pela atenção!

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Obrigada por lerem e comentarem!
Quando me fazem perguntas eu respondo aqui, directamente no comentário.
Beijinhos ♡

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