The Catcher in the Rye

Verão é sinal de férias, tempo livre e dias mais longos. Isto significa que as desculpas para não ler deixam de ser válidas. Para incentivar o hábito de leitura a enraizar-se, decidi falar-vos de um dos meus livros favoritos: The Catcher in the Rye. 

Este livro foi escrito por Salinger, um autor clássico norte-americano, que o publicou originalmente a meio dos anos 40. O enredo centra-se no protagonista, Holden Caulfield, um adolescente que se sente só e confuso pela forma como as pessoas agem. Ele perde-se inúmeras vezes a reflectir sobre a vida e na forma como as crianças são o símbolo da verdade enquanto os adultos são falsos. Na tentativa de compreender como realmente funciona o mundo, ele tenta, junto das poucas pessoas que são importantes para ele, desmistificar a forma como a inocência se torna falsidade.

Apesar de a obra ter sido pensada para um público adulto, a obra ganhou uma força especial junto do público adolescente devido à sua temática. Holden tornou-se quase um símbolo da rebeldia adolescente. Com a proximidade das datas de lançamento desta obra com o icónico filme Rebel Without a Cause com James Dean, houve um boom de ideais sobre rebeldia adolescente. Afinal de contas, foi a partir dos anos 50 que a idade que compreendemos como adolescência se estendeu.

O que mais me cativou foi a forma como narrador conta a história. Holden é altamente sarcástico, irónico, tanto pode ser estupidamente infantil como incrivelmente maturo, inventa histórias e acaba por se tornar ele próprio o falso que tanto crítica. Geralmente, no final, os leitores acabam por cair em dois grupos: os que acham que Holden é um miúdo mimado ou os que acham que ele é apenas um adolescente perdido à procura do seu rumo.

É uma história interessante que nos faz reflectir sem se tornar pesada. Quando peguei nele, só consegui parar quando o acabei (o que não foi difícil que o livro também é curto).

A obra tem ainda uma grande carga social sendo associado a alguns tiroteios nos EUA. O assassino de John Lennon, por exemplo, foi preso com uma cópia do livro e chegou mesmo a dizer que tinha em mente a premissa "anti-falsos" de Holden quando cometeu o crime. Interessante não é?

É uma história que vale a pena conhecer e só o poderão fazer ao ler o livro visto que Salinger não autorizou uma adaptação cinematográfica.

Em português foi publicado com o título À Espera no Centeio e Uma Agulha num Palheiro.

Já conheciam o livro? Ficaram interessados na história? ♡

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